Carlos Gonçalves
Portugal vai ser o parceiro da principal feira do mundo para a tecnologia industrial. Para o ministro da Economia, é “boa notícia para Portugal e para a indústria portuguesa”.
Portugal será o país parceiro da Hannover Messe 2022, que se realiza na Alemanha e é considerada a principal feira do mundo para a tecnologia industrial, foi anunciado dia 7 de outubro.
Este “é um anúncio importante”, afirmou o embaixador da Alemanha em Portugal, Martin Ney, na cerimónia que decorreu no Ministério da Economia, em Lisboa. “É uma grande oportunidade” para Portugal, acrescentou o diplomata alemão.
Por sua vez, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, classificou de “boa notícia para Portugal e para a indústria portuguesa”.
A principal feira do mundo para a tecnologia industrial realiza-se na cidade portuária de Hannover, na Alemanha, entre 25 e 29 de abril de 2022.
Portugal parceiro na Hannover Messe 2022 com investimento de cerca de 4 milhões de euros
O ministro da Economia à Lusa que investimento na participação de Portugal como país parceiro da Hannover Messe 2022 não está totalmente concluído, mas será cerca de quatro milhões de euros.
“O investimento ainda não está totalmente concluído, estimamos que esta operação possa custar cerca de quatro milhões de euros ao Estado português, além do investimento que depois obviamente empresas privadas que se queiram associar possam ter também que fazer”, afirmou o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, quando questionado sobre o tema.”
Este montante “inclui não apenas a participação e os stands que temos de montar não apenas no pavilhão central, mas depois nos vários pavilhões setoriais, mas inclui também toda a campanha de promoção externa ao longo do mundo e, em particular, na Alemanha”, salientou.
Questionado sobre o significado da escolha de Portugal como país parceiro da feira, o governante salientou que “significa talvez a maior operação de promoção externa que a indústria portuguesa e a engenharia portuguesa poderiam esperar”.
A Hannover Messe “é a maior feira industrial do mundo” que recebe “todos os anos cerca de 200 mil visitantes” que procuram saber “o que mais adiantado existe nas tecnologias de produção, nos equipamentos industriais e até à data os países parceiros foram sempre grandes potências industriais”, pelo que “é para nós muito importante que a Alemanha e Hannover Messe tenham reconhecido a Portugal a capacidade de ser este país que vai ter um destaque tão significativo”, prosseguiu Pedro Siza vieira.
“Ao longo de praticamente ano e meio vamos andar pelo mundo a mostrar ao mundo o melhor que Portugal tem do ponto de vista industrial e de engenharia”, sublinhou o governante.
Sobre as expectativas, Pedro Siza Vieira afirmou: “Aquilo que esperamos é continuar a consolidar uma imagem de grande afirmação da capacidade de engenharia e da indústria portuguesa, particularmente naquilo que são tecnologias de produção, equipamentos industriais, máquinas e ferramentas para a indústria, onde Portugal tem vindo a crescer muito significativamente as exportações nos últimos anos”.
Portugal “tem conseguido atrair investimento estrangeiro e tem conseguido afirmar a capacidade da engenharia, estamos a falar de setores de ponta que conjugam tecnologias digitais com a produção de bens físicos e com máquinas e equipamentos cada vez mais complexos e tecnologicamente avançados”, salientou.
Além desta participação aumentar “a notoriedade de Portugal e de permitir com isso facilitar o crescimento das exportações”, outro dos objetivos é captar investimento estrangeiro.
“Por um lado, aumentar o conhecimento da Alemanha daquilo que são as capacidades em Portugal, há muito investimento industrial alemão em Portugal”, acrescentou o governante, recordando que as empresas alemãs têm uma faturação de cerca de 16 mil milhões de euros no país, das quais uma parte significativa são exportações, “mas também queremos permitir que investidores de outras partes do mundo” conheçam as capacidades portuguesas em Hannover e possam investir no mercado português.
O ministro destacou que além disso existe a ideia que é preciso gerir melhor as cadeias de valor que estão estendidas pelo mundo e que é importante aproximar os centros de produção de bens físicos dos locais de consumo.
“Nesse sentido, aquilo que tem vindo a acontecer nos últimos tempos e que vai acelerar e a tendência de haver mais investimento industrial na Europa ou na proximidade da Europa” e “Portugal está muito bem colocado para captar esse investimento”, considerou.
“Apelo às nossas empresas, universidades, centros de investigação que se informem das condições que vamos lançar” sobre a possibilidade de participação na feira, desafiou o ministro.
No dia 20 de outubro, o governante estará no Porto, na sede da AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, para divulgar essas condições.
“Espero que possamos constituir uma robusta representação nacional para mostrar ao mundo que Portugal faz sentido”, rematou.
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