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Feira do Livro de Frankfurt reinventa-se e inaugura esta quarta-feira edição digital.

Lusa / TPP


A feira do livro de Frankfurt, cuja 72.ª edição arrancou dia 14 de outubro e acontece virtualmente este ano devido à pandemia de Covid-19. O presidente sublinhar que tiveram de “ser criativos e inventar tudo”.

A maior feira do livro do mundo, em que os contactos têm sempre um peso fundamental, esteve, até há poucas semanas, planeada para o seu formato presencial.


Com o novo aumento de casos de Covid-19 na Alemanha, e com Frankfurt a ser considerada zona de risco, de acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), esta edição assumiu um caráter excecional.


No total, o evento, que decorre sobretudo nas plataformas digitais, reúne 750 palestrantes, cerca de 4.400 expositores de 103 países, 2.100 iniciativas e 260 horas de programação. Entre os convidados, estão nomes de autores de várias nacionalidades, como Margaret Atwood, Bernardine Evaristo e Francesca Melandri. O antropólogo Bruno Latour e o analista de sistemas Edward Snowden também integram a lista.


O escritor israelita David Grossman ficou a cargo da abertura do evento, transmitindo uma mensagem de esperança em tempos de pandemia, através de um vídeo gravado na sua casa, em Jerusalém.


Durante os cinco dias de feira, que decorre virtualmente, mas também em alguns pontos da cidade de Frankfurt, os editores, agentes, produtores de cinema e realizadores, vão poder encontrar-se para a compra e venda de direitos de autor na “Frankfurt Rights”.


Pela primeira vez, terá lugar um “Bookfest” digital, programa online que será transmitido no sábado, durante todo o dia, e no qual se insere a participação portuguesa, com as escritoras Dulce Maria Cardoso e Margarida Vale de Gato.


“Há 46 anos, três escritoras portuguesas – Maria Velho da Costa, Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta eram absolvidas num processo que foi uma das primeiras grandes lutas pela liberdade, igualdade e direitos da mulher em Portugal e que desencadeou manifestações de apoio em todo o mundo. As três autoras escreveram um livro intitulado ‘Novas Cartas Portuguesas’, publicado na Alemanha, em 1976, pela Ullstein Verlag”, começa por contextualizar Patrícia Severino, diretora do Camões — Centro Cultural Português em Berlim.


“Com a presença de Dulce Maria Cardoso e Margarida Vale de Gato no programa oficial da Feira do Livro, pretende-se dar início a um diálogo que terá continuidade na edição de 2021 da Feira do Livro de Leipzig – Que literatura feminina contemporânea temos em Portugal ao longo do século XX e no século XXI?”, explica, em declarações à Lusa, a comissária para a participação de Portugal como convidado de honra na edição de 2021 da Feira do Livro de Leipzig.


Patrícia Severino revela ainda que as duas autoras serão publicadas em língua alemã no próximo ano, sendo a participação no programa de Frankfurt “relevante”, dada a “enorme importância desta feira do livro, que é também o maior mercado de compra e venda de direitos editoriais do mundo.”

Segundo a página oficial da feira, são cinco os expositores portugueses a participar, AC2 Literary Agency, Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, Bookoffice com The Book Company e Maratonas de Leitura, Edinok e Grupo Narrativa.


A Feira do Livro de Frankfurt começa hoje e termina no próximo domingo, 18 de outubro.


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