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Coelho á compadre Toni


Compadre Toni

Hoje deixo-vos aqui a dica como minha mãe fazia e eu hoje confeciono coelho.


Pode haver quem lhe chame coelho á caçador, mas como a minha mãe não era caçadora e eu tambem nunca fui é

“Coelho á moda mãe do Compadre Toni”

Além disso, o verdadeiro coelho á caçador, hoje em dia deve de ser muito dificil encontrar, esta delicia deve o seu nome ao coelho bravo que em tempos havia com abundância.


Como é um animal que se reproduz quase durante todo o ano, e de grandes ninhadas, os coelhos bravos formavam grandes colonias que devastavam as colheitas, tanto no continente como nas Ilhas.


Eu recordo-me de aqui há uns anos, ver numa taberna na Ilha terceira uma fotografia da caça ao coelho, onde os animais mortos e amontoadas, era um monte praticamente da altura dos caçadores.


Não, não sou caçador nem pescador, estes segundo dizem é que tem tendencia para exagerar, o nome da Taberna ja não me recordo e a localidade tambem não, mas sei que vi essa foto antiga, na Ilha Terceira. Aquilo até nada teria a ver com caça, mas sim com a exterminação do animal, No Alentejo recordo-me perfeitamente do caçador a bordão,que passavam junto ao Monte onde meu avõ vivia. dois ou tres homens, com um pau (Bordão) de 1,5m que percorriam silvados e matagais com dois ou tres cães, os quais faziam o coelho sair do esconderijo e correr para terreno livre onde o caçador com uma pontaria infalivel, atirava o pau e acertava no animal.


Hoje em dia as zonas de caça são concecionadas, os coelhos, lebres, perdizes, faisões, codornizes é tudo criado em viveiros e em dia de caça largados á sua sorte.


Como disse, hoje é muito dificil encontrar o coelho bravo, se não fôr caçador, terá que comprar, (caso o vizinho do lado não tenha) um coelho no mercado.


Este é um prato que faço no máximo umas tres vezes por ano e costumo comprar no lavrador, sei que é fresco e é um produto regional. Compro no lavrador porque além disso o animal vem completo, com cabeça e as miudezas, não vá o diabo teçe-las e a vizinha no dia a seguir dar por falta do gato. Por isso cá em casa só se come coelho se trouxer ainda a cabeça.


Outro motivo de me levou a partir dessa data a comprar apenas no lavrador, foi que aqui há uns anos atrás comprava o coelho congelado, no supermercado Rewe ( produtos congelados por vezes são mais frescos que os produtos frescos) Um dia tinha uma embalagem com coelho na mão e esta escorregou-me da mão ficando com a parte inferior para cima, onde eu li:


País de origem “China” podem crer, já nem agarrei mais na embalagem e passei a comprar no lavrador, é muito mais caro, mas acho que não há necessidade da Europa importar coelhos criados na China. De vez em quando vejo a vender nos chamados mercados “Discounter” coelho fresco vindo da Hungria, bom mas Hungria já é Europa.


Vamos lá então ao coelho, corte o coelho do tamanho que desejar, lave bem lavado, coloque num alguidar de barro se tiver, adicione: sal, alhos, pimentão da horta moído, uns baguinhos de pimenta, louro e uns raminhos de alecrim, o alecrim vai imitar aquele gosto do coelho bravo, regue com vinho tinto Alentejano até cobrir as carnes. Eu utilizo aquele tinto com menos cor, para a carne nao ficar tão escura.


Misture bem a carne e deixe em sitio frio a marinar de um dia para o outro, de vez em quando dei-a uma volta á carne.


No dia de confecionar, coloque margarina, banha e azeite numa frigideira, e frite o coelho lentamente a seu gosto, quando estiver quase frito adicione a marinada e deixe apurar.


Sirva com um arroz a seu gosto, eu fiz arroz com pinhões, eu gosto de fazer o arroz com aquele caldo de arroz da Knorr ou da Maggi, e adiciono os pinhões quando o arroz estiver quase cozido. Adicionando umas passas tambem fica uma delicia.


Sirva o coelho com arroz, batata frita e uma salada a seu gosto.


Se não gastou o vinho todo no tempero, depois de mastigar regue com um bom golo de vinho Alentejano.


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