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Candidatos portugueses a autárquicas na Alemanha optam por campanha digital e distância de segurança

Atualizado: 21 de ago. de 2020

Lusa


Dois candidatos portugueses às eleições autárquicas de 13 de setembro, na região da Renânia do Norte-Vestefália, admitem que, por causa da pandemia de covid-19, optaram por uma campanha mais digital, e menos de contacto.


Há “pequenas diferenças” e “mais cautelas”, admite José Azevedo à agência Lusa. A viver na Alemanha desde os 9 anos, os últimos dezassete foram dedicados à política na cidade de Rheine. Nesta campanha também entram mercados e conversas, mas sempre respeitando o distanciamento social.


“Fazemos convívios locais, por exemplo nos mercados, à sexta-feira ou sábado, que pertencem ao meu círculo eleitoral. É ideal para conversar com as pessoas. Também vamos continuar com as campanhas porta-a-porta, uma forma de informarmos o eleitor, de ouvirmos os seus problemas, as reivindicações. Mas tudo com a devida distância”, sublinhou o candidato pela União Democrata Cristã (CDU), partido da chanceler Angela Merkel.


“Falámos nisso dentro do partido. Claro que chegar a uma porta de máscara, pode fazer com que a pessoa que nos recebe acabe por nem sequer reconhecer o candidato. Usar viseiras também era uma hipótese. Mas agora vamos optar apenas por manter a distância de segurança”, explicou.


Para Philipp Lourenço, com 21 anos, candidato pelo Partido Social Democrata (SPD), em Schwalmtal, a primeira campanha como candidato passa sobretudo pelo digital.


“Optamos mais por uma campanha digital este ano. Claro que também marcamos encontros nos mercados, mas, o digital, ganhou muita força. Usamos todas as redes sociais, publicando significativamente no ‘Facebook’ e ‘Instagram’”, revelou em declarações à Lusa.


“Não fazemos campanha porta-a-porta, apenas deixamos panfletos. Há muita gente com medo à covid-19 e nós respeitamos. Mas claro, damos a opção às pessoas de nos escreverem ou telefonarem para esclarecer dúvidas”, adiantou o fundador da juventude do SPD (Jusos) em Viersen.


José Azevedo acredita que a participação da comunidade portuguesa na votação será idêntica ou um pouco inferior à dos alemães.


“Penso que os portugueses participarão tanto como os alemães, talvez um pouco menos, por ser um grupo não muito ligado à política. Na campanha não faço qualquer distinção entre a nossa comunidade e o resto.


Converso sobre todos os temas porque os problemas e os desejos são os mesmos, os portugueses estão muito bem integrados”, salientou o membro da assembleia da Câmara Municipal de Rheine.

Também para Philipp Lourenço não há diferenças no público-alvo da sua campanha.


“Não faço distinção entre o português, espanhol ou italiano. Falo em europeus. Noto que há muito interesse porque recebo várias mensagens de pessoas que não são de origem alemã. Para os que chegaram há pouco tempo, é ainda mais importante ter candidatos como eu, com outras raízes. Todo o voto é importante, portanto não faço distinções”, destacou.


O jovem candidato com raízes em Barcelos acredita que a abstenção não vai ganhar espaço por causa da pandemia de covid-19 já que, além de ser possível votar por carta, esta opção pode ser requisitada através da internet.


“Não é necessário ir à câmara municipal fazer esse pedido. De qualquer forma, nunca há muita gente a votar ao mesmo tempo e, com o distanciamento social, não há motivos para receio”, garantiu.


As eleições autárquicas no estado federado da Renânia do Norte-Vestefália, o mais populoso e segundo maior da Alemanha, onde vivem cerca de 37 mil portugueses, decorrem a13 de setembro.


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